Os Países Baixos são um pequeno país na Europa Ocidental, com uma área de 41,5 mil km2 (menos de metade da portuguesa), perto de 17 milhões de habitantes e, assim, com uma densidade populacional muito elevada (409 hab./km2). De acordo com o Eurostat, o PIB per capita é dos mais elevados da União Europeia: 40 900 euros em 2016.
Situado no centro da Europa, o país constituiu um centro de comércio internacional e plataforma logística para outros mercados. O maior porto marítimo europeu localiza-se em Roterdão e em Amsterdão situa-se o quinto maior. O aeroporto de Schiphol está também entre os cinco maiores da Europa, com mais de 50 milhões de passageiros por ano. Adicionalmente, os Países Baixos dispõem de uma extensa e moderna rede de estradas e ferrovias que permite aceder a 160 milhões de consumidores europeus em menos de 24 horas.
Deste modo, os Países Baixos tornaram-se um hub fundamental no quadro da distribuição na Europa onde se localizam mais centros de distribuição do que em qualquer outro país do continente, mesmo no conjunto dosseus maiores vizinhos.
Os Países Baixos são a 18ª maior economia mundial e a 6ª ao nível da União Europeia. Em 2017 posicionou-se como 5º exportador de bens e o 6º de serviços a nível mundial.
A taxa de crescimento do PIB alcançou 3,2% em 2017. As projeções a curto médio/prazo apontam para um abrandamento da economia holandesa em 2018 (3% Comissão Europeia, 2,7% EIU) e em 2019 (2,6% Comissão Europeia, 2,1% EIU).
O setor dos serviços encontra-se muito desenvolvido e estima-se que represente cerca de 78% do PIB, com destaque para os serviços financeiros e o transporte e distribuição de mercadorias. A indústria contribui com perto de 20% para o PIB (de realçar os setores químico, petroquímico, metalúrgico, equipamento de transporte, equipamento elétrico e agroalimentar). O setor agrícola, embora represente apenas 2% do PIB, é responsável por grande parte do excedente da balança comercial.
A economia holandesa iniciou a retoma em 2014 e, em 2016, o crescimento do PIB atingiu 2,2%. De acordo com as Previsões de Primavera 2017 da Comissão Europeia, o PIB aumentaria 2,1% em 2017 e 1,8% em 2018. Esta expansão económica continuará a ser sustentada, sobretudo, pelo consumo privado, suportado pelo crescimento do rendimento disponível real dos agregados familiares, impulsionado por progressivos aumentos salariais e no emprego.
Os Países Baixos são uma economia muito aberta e com forte vocação de comércio internacional. Deste modo, as exportações desempenham um papel fundamental, mas o seu ritmo de crescimento continuará a ser inferior ao das importações, dada o fraco dinamismo da retoma internacional e o incremento das importações
resultante da recuperação da procura interna. Assim, a contribuição das exportações líquidas para o crescimento do PIB deverá ser apenas marginalmente positiva em 2017 e 2018.
A taxa de desemprego, que atingiu 7,4% em 2014, continuará a diminuir, prevendo-se que se situe nos 4,4% em 2018. Tendo-se verificado uma quase estagnação dos níveis de preços entre 2014 e 2016, prevê-se um regresso da inflação, ainda que moderada: 1,6% in 2017 e 1,3% em 2018.
Os preços dos bens alimentares nos Países Baixos são relativamente baixos: cerca de 2% inferiores à média na União Europeia, 10% a 15% mais baixos que no Reino Unido e 2% a 5% que os praticados na Bélgica e em França. Os produtos mais baratos, quando comparados com a média europeia, são os cereais e os produtos lácteos, respetivamente, 10% e 7%. Por sua vez, a carne é, em média, 11% mais cara. As bebidas alcoólicas também são relativamente dispendiosas.
A melhoria da situação económica limitou o crescimento dos supermercados discount e, em 2016, pela primeira vez desde 2010, estas cadeias não ganharam peso no mercado. Segundo a Nielsen, a quota conjunta dos dois principais discounters (Lidl e Aldi) manteve-se em 17,3% em 2016. Por sua vez, para a empresa de análise de mercado IRI- Information Resources, Inc., essa quota registou uma pequena diminuição em 2016 (de 15,9% para 15,8%).
Também de acordo com a IRI, esta evolução resulta também da reação dos supermercados à concorrência dos discounters, através da inovação e de promoções de preços. Em todo o caso, as redes discount continuarão a obrigar os outros supermercados a manter níveis de preços baixos, condicionando o crescimento das margens de lucro no retalho alimentar.
Nos Países Baixos, todos os dias, quatro milhões de consumidores fazem as suas compras em mais de quatro mil supermercados. De acordo com o organismo oficial de estatística dos Países Baixos, CBS - Centraal Bureau voor de Statistiek, o volume de negócios dos supermercados e similares foi de 34,1 mil milhões de euros em 2016, o que correspondente a um acréscimo de 2,5% face a 2015 (33,6 mil milhões). Para 2017, a consultora GfK prevê a manutenção da tendência, com um aumento das vendas também na ordem dos 2,5%. Segundo os cálculos desta empresa, em 2016, a receita por venda aumentou 1,3% para 22,53€ (22,23€ em 2015). Para 2017, a expectativa é de um incremento de 1,5%.
As previsões para 2017 indicam um crescimento de 1,5% para o volume de vendas do retalho alimentar, que se verificará, maioritariamente, nos canais de distribuição moderna e não tanto do retalho tradicional. O retalho alimentar tradicional deverá, no entanto, beneficiar da tendência para o consumo de bens alimentares fora de casa (que não faz parte dos hábitos dos holandeses), com as padarias a tornarem-se locais de consumo, as frutarias a converterem-se em bares de smoothies e saladas e os talhos e as peixarias a transformarem-se em lojas de delicatessen
Num país em que 96% da população tem acesso à Internet, o comércio eletrónico é muito popular, 71% compra online (dados do CBS para 2016). Destes, cerca 20% já comprou online bens alimentares ou bebidas, enquanto em 2012 esta percentagem era de apenas 7,3%.
O mercado e-grocery tem-se desenvolvido rapidamente na Holanda, mas ainda não atingiu os níveis de utilização de outros países europeus como o Reino Unido ou França. Num relatório de 2015 da empresa de pesquisa de e-commerce Syndy Research, The state of online grocery retail in Europe, uma das razões para o desenvolvimento mais tardio deste setor foi a falta de concorrentes ao líder de mercado Albert Heijn. No entanto, prevê-se que o e-grocery alcance em breve o nível de outros países europeus devido ao crescimento expressivo do mercado e à entrada de novos players.
Os consumidores holandeses dão cada vez maior importância às questões relacionadas com a sustentabilidade, pelo que terão vantagem os produtos que apresentem rótulos de certificação de alimentação produzida de forma sustentável, garantindo que as empresas seguem padrões elevados de consciência ambiental e de responsabilidade social em todas as fases de produção, desde a origem das matérias-primas até à comercialização no retalho.
Fonte: Aicep Portugal Global